sábado, 10 de janeiro de 2015

Chamadas Telefônicas - Roberto Bolaño

Diferentemente do livro da semana passada, este me surpreender apenas positivamente, pois eu esperava não gostar, mas acabei me encantando. Ganhei o livro há algum tempo e protelei a leitura até que me fosse conveniente conhecer um novo escritor.

Comecei a ler, apenas para o tempo passar, sem esperar grande coisa dos contos; lá pelo terceiro, me encontrei surpreso lendo avidamente. Talvez o que mais tenha me atraído seja frequência de personagens escritores, falando, ora sobre a escrita, ora sobre a vida de escritor. Isso e a fuga do lugar comum entre os escritores em língua espanhola do século XX, que se apegavam a seus contextos lastimosos, e repetiam a mesma miséria, livro após livro.
Em Chamadas Telefônicas, Bolaño traz contos que são como contos deveriam ser: um recorde de uma história, em que fica a encargo do leitor imagina o antes e o depois.
Logo no primeiro conto, "Sensini", o autor diz a que veio, contando a história de um escritor argentino que se especializou em ganhar concursos literários. Trata-se de um personagem arquétipo na obra do autor: um intelectual latino-americano, retratado como uma mescla instável de rancor e compaixão, que não consegue encontrar seu lugar no mundo.
Por fim, um manisfesto de expectativa: dizem os críticos que Bolaño, usando a repetição de personagens e cenas, constrói, livro a livro, um vasto universo ficcional; assim, espero encontrar uma agradável sensação de déjà vu quando ler um segundo livro do autor.

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