sábado, 1 de agosto de 2015

Novembro de 63 - Stephen King

A mídia e a crítica tendem a definir os livros de King pelo fatores mais polêmicos em suas histórias. Assim, é comum se dizer que este é um livro sobre viagem no tempo. Eu, por outro lado, costumo pensar diferente: quem lê King assiduamente, percebe certas repetições e um estilo geral de construção da trama e de condução da narrativa, de modo que Novembro de 63, para mim, é a história de uma aventura vivida pelo professor de inglês Jake Epping.
Jake teve um aluno em um curso supletivo que mexeu muito com ele, Harry Dunning que fora espancado e assistira a mãe e os irmãos serem assassinados pelo pai quando criança. A história da vida desse aluno impressiona Jake e, anos depois quando ele é apresentado a uma fenda que é capaz de levá-lo ao ano de 1958, ele enxerga ali a chance de mudar o destino de seu ex-aluno.
Em 2011, seu amigo Al apresenta a ele a fenda que pode transportá-lo para 53 anos no passado. Al relata que vem usando esse escape como férias ha muitos anos, mas que recentemente, após descobrir um câncer de pulmão inoperável, ele decidiu usar essa "ferramenta" para fazer algo de útil: salvar a vida de John Kennedy, o presidente americano assassinado em 1963.
Segundo Al, salvando Kennedy, a história seria alterada em um efeito borboleta a curto e longo prazo. Por exemplo, com Kennedy vivo, poderia-se evitar também o assassinado de Martin Luther King, líder do movimento pela igualdade nos Estados Unidos na mesma época. Outro efeito desejado era evitar a participação americana na guerra do Vietnã.
Jake, que acabara de se divorciar e estava com poucas razões para se prender ao presente, decide tentar, e de quebra salvar a vida da família Dunnig.

O último livro de King que eu tinha lido foi A Coisa, que se passa na fictícia cidade de Derry, no Maine. Foi, então agradável reencontrar a temerosa cidadezinha, ainda que ela apresentasse para Jake uma faceta inóspita. (Aparentemente, Derry volta a ser palco da imaginação do autor em Insônia, que pretendo ler em algumas semanas.)

Por fim um comentário sobre a edição, que foi preparada pela Suma de Letras ficou uma graça: eles aproveitaram a capa americana, que exibe na frente uma página de jornal relatado a morte de Kennedy e no verso a mesma matéria, anunciando que o presidente escapara ileso do atentado. Além disso, as páginas do jornal são texturizadas, áspera na parte amarelada e lisa na parte vermelha.

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