sábado, 9 de abril de 2016

A Estrada - Cormac McCarthy

Num futuro em que o planeta se encontra devastado, com as cidades em ruínas, as florestas transformadas em cinza, os céus turvos de fuligem e os mares estéreis; os poucos sobreviventes vagam em bandos.
Em meio a essa terra arrasada, um homem e seu filho caminham em direção à costa. Empurram um carrinho com seus poucos pertences, estão em farrapos e com os rostos cobertos por panos para se proteger da fuligem que preenche o ar e recobre a paisagem. Tentam fugir do frio, sem saber, no entanto, o que encontrarão no final da viagem. Mas essa jornada é a única coisa que pode mantê-los unidos, que pode lhes dar um pouco de força para continuar a sobreviver.
A Estrada é descrita pela crítica norte-americana como extremamente original e como uma obra prima da literatura americana contemporânea. No nosso contexto, é apena mais um livro mediano, tipicamente estatunidense alinhada com a nova vertente literária que propõe livros com ambientação pós-apocalíptica.
Entretanto, embora me pareça batida e bem conhecida, a história é narrada de uma força diferenciada, tentando fugir do lugar comum dos livros do século XXI. O caso é que o autor assume, então, uma narrativa psicológica, intimista, sem diálogos, com múltiplas quebras, um estilo que já vimos por aí e não gostamos.
Vale lembrar que a obra foi adaptada para o cinema e que a edição brasileira chega ás nossas mãos pela Alfaguara. Sobre isso, um ponto que me chamou a atenção foi que o exemplar que eu tenho — de segunda mão — é anterior à compra da Objetiva pela Penguin Random House (o maior grupo editorial do mundo), e apresenta um estilo de acabamento diferente do atual, menos luxuoso.

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