sábado, 23 de abril de 2016

A Revolução dos Bichos - George Orwell


Eis que, no início da noite, em uma fazenda na Inglaterra, o porco convoca uma reunião. Todos os bichos comparecem, lotam o celeiro para ouvir o porco falar, com deferente respeito e atenção.
A ideias dele são inovadoras e ele vai direto ao ponto: há que se remover o homem do poder. É ele a causa de todo o sofrimento da bicharada. É ele que explora todo o trabalhos dos animais da fazenda, dos ovos da galinha ao leite da vaca, do esforço do cavalo à lã das ovelhas, dos prêmios nos concursos de porcos à carne de que se alimenta, dos produtos e dos filhotes que vende.
É o homem quem menos se esforça, que menos suor emprega e quem nada de sangue empenha. Entretanto, é o homem que de tudo usufrui.
É, então, o homem o inimigo. E são, então, todos os bichos aliados nesse luta.
Ainda nessa reunião,  porco determina que não pode haver concessões nem acomodamentos. Nenhum animal deve se deixar levar pelo estilo de vida do homem. Não devem eles jamais beber álcool ou fumar tabaco, ou viver dentro de casas, ou dormir em uma cama ou usar roupas. 
Assim começa essa revolução. É nítida a semelhança com outra revolução famosa, a Revolução Russa. E as semelhanças não param por aí...
Logo que os bichos passam a gerir a fazenda, são os porcos que se encarregam da liderança, dividindo tarefas, conduzindo os processos de aprendizagem — porque eles aprender a ler e desejam que todos os animais também aprendam — e dividindo os bens produzidos na fazenda.
Não é, então de surpreender que sejam os porcos que recebem as maiores fatias, as frutas mais frescas, o maior quinhão de leite; que tenham menos trabalhos, precisem fazer menos esforço e sempre liderem as discussões.
A cada capítulo, quanto mais a revolução se aprofunda, mais claras ficam as referências ao regime soviético, com sua ineficiência, sua corrupção e sua violência.

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